segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cultura & Arte 24.05.09

Página Cultura & Arte publicada originalmente no Jornal Umuarama Ilustrado, de Umuarama, Paraná, no dia 24 de Maio de 2009.

Crônica:
- Sobre a Arquitetura de Templos [Homenagem ao Zé Rodrix, 1947 -2009]

Resenha:
- Alegria, Alegria! Wilson Simonal [Documentário 'Ninguém Sabe do Duro Que Dei' sobre o Wilson Simonal]
- Guia Histórico Cultural de Umuarama.


sábado, 23 de maio de 2009

Sobre a Arquitetura de Templos


O final do ano passado foi um período de avaliação da minha vida. Decisões afetivas e profissionais na balança e nada parecia fazer muito sentido, além de ser diariamente questionado e colocado em dúvida por vários sujeitos da vida.

E foi num bate papo, antes de uma palestra, que o palestrante me disse o seguinte: “Sabe Tiago, isso já aconteceu comigo também. Esse negócio de tomar decisões é um evento diário e não é fácil não. Não tem como prever o que virá. Mas à partir do dia que comecei a escolher pela minha felicidade, e não pela dos outros, eu parei de escolher errado. Nunca mais me arrependi da escolha. E tem mais, quem realmente me ama, nunca mais ficou decepcionado. Porque quem te quer bem de verdade, concordando ou não com suas escolhas, vai sempre te apoiar ao te ver feliz e vai ficar do seu lado."

O palestrante em questão era o Zé Rodrix, compositor, músico multiinstrumentista, cantor, publicitário e escritor brasileiro. Ele foi um dos criadores do estilo de música que ficou conhecido como Rock Rural, junto com dois parceiros e grandes músicos: Sá e Guarabyra. Juntos eles formavamo o trio Sá, Rodrix e Guarabyra. Após sair do trio, Zé Rodrix também tocou com a banda Joelho de Porco, precursora do Punk Rock nacional e teve sua carreira solo cheia de grandes canções, o que inclui Casa no Campo (na parceria com Tavito), que ficou muito famosa ao ser cantada por Elis Regina. Enfim, Rodrix era um artista completo e usou muito dos seus dons no ramo da publicidade durante os anos 1980 e 1990, criando jingles como o da Pepsi Cola, o da Chevrollet e diversos outros.

Além de músico ele também era escritor e estava aqui em Umuarama pra fazer uma palestra sobre uma trilogia de livros de ficção maçônica que havia escrito. A obra se chama A Trilogia do Templo e é composta dos seguintes volumes: O Diário de um Construtor do Templo; Zorobabel – Reconstruindo o Templo e Esquin de Floyrac – O Fim do Templo. Os dois primeiros livros contam a história da construção e reconstrução do Templo de Salomão, conhecido objeto de estudos da maçonaria e o terceiro fala sobre a Ordem dos Templários. Tudo com uma riqueza de pesquisas lingüísticas e simbólicas tão grande que Rodrix demorou 10 anos para escrever tal obra.

Construir-se, reconstruir-se sempre que preciso e proteger-se, como se nós fossemos (e quem disse que não somos?) um templo; ter a disciplina diária para executar bons trabalhos independente do tamanho. Um efêmero jingle publicitário ou uma trilogia de livros que duram pra sempre. Eu, como músico, fui inegavelmente influenciado pelo Rock Rural do Sá, Rodrix e Guarabyra e, naquele dia, estava sendo influenciado como escritor e como pessoa. É isso e muito mais que se pode encontrar na obra e na vida desse grande artista, o qual tive o prazer de conversar e que, num dos dias finais de 2008, me mostrou algumas verdades que eu já estava deixando de ver.

Infelizmente, nesta sexta-feira, dia 22 de maio de 2009, Zé Rodrix morreu, aos 61 anos de idade, de um mal súbito, mas cercado de sua família, em São Paulo. Disse sua esposa que ele se foi feliz como sempre viveu. Não tenho dúvidas disso. Portanto esse texto não é só uma resenha ou biografia, é uma homenagem, um obrigado além do que eu disse ao me despedir dele naquele dia. É uma chance de, quem sabe, tocar alguém que esteja precisando ouvir estas palavras, assim como eu precisei. É uma chance de despertar sorrisos como ele sempre fez.

Até um dia, vá em paz e muitíssimo obrigado, Z.


Leia o Obituário de Zé Rodrix (ótimo texto, escrito pelo próprio)


segunda-feira, 18 de maio de 2009

Culturanja #001 e #002

O Podcast que não faz sentido, mas traz músicas legais, informações e desinformações batutas. Para ouví-lo é só clicar aqui e chegar lá no blog Culturanja. Estando por lá, clique no botão "Posts" do player do podcast e selecione a edição desejada.

Você também pode assinar o Podcast para receber automaticamente as atualizações. É só visitar o site do GCast.

Lembrando que todas as terças feiras, às 20h, estréia um Culturanja novo, na Rádio Universitária Paranaense (107,7 FM), em Umuarama e região, com reprises aos sábados às 19h.


Culturanja #001 :

Poléxia, Cheap Trick, Peter Bjorn & John, The Ronnets, Guns'n'Roses, Os Incríveis, Wilco, Stealers Wheel, Momo, Cérebro Eletrônico.


Culturanja #002 :

David Bowie, Passion Pit, Violins, Ramones, Violent Femmes, Caetano Veloso, Claudia, Móveis Coloniais de Acaju, Pullovers e Frank Zappa.


Cultura & Arte 17.05.09

Página Cultura & Arte publicada originalmente no Jornal Umuarama Ilustrado, de Umuarama, Paraná, no dia 17 de Maio de 2009.

Completamos 1 ano de publicação! Muito obrigado ao Osmar (editor chefe do jornal), ao Magrão (diagramador), ao Sr. Ilídio (diretor presidente) e à toda equipe do Umuarama Ilustrado pela oportunidade e pelo apoio.

Conto:
- Nariira, o Flautista : 2ª Parte [Conto de Humberto de Campos]

Resenha:
- Presságios não tão grandiosos, mas emocionantes [Filme Presságio (Knowing, 2009), com Nícolas Cage]


segunda-feira, 11 de maio de 2009

Cultura & Arte 10.05.09

Página Cultura & Arte publicada originalmente no Jornal Umuarama Ilustrado, de Umuarama, Paraná, no dia 10 de Maio de 2009.

Conto:
- Nariira, o Flautista : 1ª Parte [Conto de Humberto de Campos]

Matérias:
- Despertando Artistas no Quintal [Sarau da Fundação Cultural de Umuarama]
- A Força da Poléxia (ou do Hábito da Boa Música) [por Nevilton de Alencar]

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Relembrando Mitos Umuaramenses

Só hoje me toquei de que não tinha mencionado, no Lobservando, o famigerado banner de uma casa noturna aqui de Umuarama. Tava lá no Orkut, esquecido...

Mas é que para um público extremamente exigente, todo detalhe é extremamente importante.


E eu jurava que Sertanejo era tocado pela Banda Marcial da Polícia Militar!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Frutas Exóticas Umuaramenses

O Brasil é um país tropical e, como manda o figurino, é cheio de frutas exóticas. Sorte nossa, que podemos saborear os mais diferentes sabores em qualquer vendinha do bairro!

Mas tem gente aqui em Umuarama que anda exagerando no exotismo...


Só tem sem milho? Então me vê um de cupuaçu.


Obs: Foto por Ricardo do Valle Dias. Obrigadão!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A "Cena Umuaramense"

Esse texto saiu no Cultura & Arte desse domingo, 03 de maio. Coloquei o texto separado aqui pra facilitar a leitura de quem não curte ler o PDF do jornal (que está logo ali embaixo).

Comentários seriam ótimos! :p



Estava vasculhando os meus arquivos e encontrei uma enquete que respondi para o jornal Diário de Notícias, que circulou em Umuarama durante o ano de 2008. Esta enquete, gerenciada pela Ane Pacola, tinha como objetivo colher respostas de várias pessoas, de várias áreas, sobre questões do município como a segurança pública, educação, saúde e outras tantas, incluindo-se aí a Cultura. Sobre mim, artista e produtor cultural, recaiu a missão de responder sobre este ultimo tema. A matéria, com todas as perguntas e respostas das várias pessoas, foi publicada edição de 26 de junho de 2008.

Isso já faz quase um ano, a administração municipal mudou, e por conseqüente as políticas públicas também. Se para melhor ou pior, só saberemos no futuro. Sobre os outros temas eu não tenho gabarito pra falar, mas gostaria de fomentar a reflexão sobre como está a cena cultural da cidade. Toda reflexão é saudável, ainda mais quando usa um cenário antigo (ou nem tanto) como base. Certamente, exceto por algumas sinapses, não temos nada a perder.


O cenário cultural da cidade é proporcional ao tamanho dela?

Não mesmo. Estou certo de que umas 300 a 400 pessoas (jogando alto) criando e consumindo cultura numa cidade de quase cem mil habitantes não seja algo proporcional, isso é menos do que 0,5% da população. Conheço Umuarama desde 1991 e não me lembro de ter visto um cenário de algo, nem de cultura e arte, nem de esporte, nem político. É costume da cidade usar o que já se usa, comprar o que está à venda, ir aonde todos vão, enfim, é uma cidade massificada, a maior parte da população evita ao máximo expressar qualquer tipo de questionamento ou opinião, portanto não há nicho de consumo e muito menos cenário. Entretanto já estamos vendo um bom sinal de mudança, com esforços vindo de várias frentes, públicas e privadas. A música na cidade tem ganhado espaço graças a esforços de bandas e músicos locais que estão conseguindo abrir, no peito, espaços alternativos para mostrar seus trabalhos. O teatro está no mesmo caminho, mas um tanto mais tímido. A literatura está bem atrás, até porque é um tipo de arte que demanda o malfadado esforço da leitura. As artes plásticas, o cinema e demais vertentes artísticas ainda não se encontraram por aqui, mas acho que com os esforços deste grupo que já está com a mão na massa e com o apoio de empresas e do poder público, ainda possamos tirar Umuarama da idade das trevas. Enfim, acho que ainda é cedo pra se dizer que existe um cenário por aqui, mas que algo legal está começando, está.


Há um incentivo tanto do público quanto dos órgãos do governo para eventos culturais aqui na cidade?

O incentivo à cultura pelos órgãos do governo municipal sempre foi muito deficitário em Umuarama. Nas gestões passadas, apesar de esforços de artistas e simpatizantes, a prefeitura não ligava muito e preferia investir em coisas materiais, que a população pudesse ver, ao invés de investir na capacitação cultural da cidade. Hoje colhemos os frutos disso, estou certo de que o vandalismo e a criminalidade é reflexo da ausência de cultura e de respeito pela cidade. Mas ultimamente tenho ficado bem esperançoso com a atual administração, me alivia perceber que está caindo a ficha. Perceberam que se eles investirem na capacitação criativa e cultural das pessoas, elas vão começar a respeitar o patrimônio público, dar mais valor à cidade pois esta lhe traz coisas boas. Não só diversão, mas também a perspectiva de um futuro digno.

O apoio do público é ainda muito pequeno, e há uma grande luta a ser travada. O umuaramense acha que alguém tem que fazer algo para mudar a situação, mas infelizmente não se coloca como o agente dessa mudança. Vive pedindo eventos, quer que tudo de legal aconteça na cidade, desde que seja na sala da sua casa e de graça. Me parece que, para eles, os artistas são seres mágicos e portáteis que vivem só de palco, reconhecimento e aplausos poucos. Tenho esperança na mudança deste quadro e estou trabalhando, junto com meus amigos artistas, e a todos os que se habilitarem, para que a arte e a cultura em Umuarama sejam uma realidade.

Cultura & Arte 03.05.09

Página Cultura & Arte publicada originalmente no Jornal Umuarama Ilustrado, de Umuarama, Paraná, no dia 12 de Abril de 2009.

Enquete:
- A "Cena Umuaramense"

Matérias:
- Io, Leonardo [490 anos da morte de Leonardo da Vinci]
- Culturanja nas ondas do rádio [Estréia do Podcast Culturanja na Rádio Universitária Paranaense - 107.7 FM, de Umuarama-PR - Por Nevilton de Alencar]